segunda-feira, 29 de maio de 2006

... aff!


Após alguns dias calada, aqui estou... escrevendo minhas besteiras novamente.
Já falei, inúmeras vezes aqui, que minha cabeça tá confusa. Tenho mil coisas pra fazer e nenhuma vontade. Meu dia corre de forma absurda, ás vezes queria me desligar de algumas coisas.

Semana passada fui no centro espírita - pra quem não sabe "pratico" o espiritualismo - receber uns passes. Gosto de ir lá, as palestras parecem que foram escritas pra mim. Sempre que saio de lá parace que deixei uma tonelada de incomodações.

Durante a palestra e depois durante o passe, meus pensamentos eram sempre os mesmo. A médium dizia pra mentalizar coisas boas, pensar nas coisas que me incomodam e que eu gostaria que mudassem. Fiz isso durante todo o tempo em que estive na casa e em dois momentos principais.

Depois, quando saí da sala, enquanto esperava pra ir embora, fiquei pensando em tudo o que aconteceu, em tudo o que pensei e o que pedi. Depois de um certo tempo meditando me dei conta de uma coisa: OS PROBLEMAS NÃO SÃO MEUS!

É isso mesmo! Eu fiquei mais de uma hora lá dentro, meditando, rezando e pedindo pelos outros. Tá certo que são pessoas que amo muito... são tudo na minha vida, mas tudo o que eu gostaria de resolver são problemas que elas apresentam ou criam no seu cotidiano.

Me dei conta de que os meus problemas são insignificantes, nenhum fim de mundo. É a faculdade que tô indo mais ou menos, é o trabalho com uns pepininhos, falta de remar, falta da academia... tudo coisas fáceis de resolver... eu espero. O que pesado do meu dia-a-dia é querer resolver problemas dos outros. É querer que vejam o que estão fazendo de errado, é ajudar a seguir o caminho certo. Meu maior problema é querer resolver os deles.

De repente, o que me aflinge é ver que não estou conseguindo nada disso. Não estou conseguindo confortar, não estou conseguindo fazer tudo certo, não estou conseguindo fazer valer a pena, não estou conseguindo ser amiga e muito menos um ombro amigo ou um colo. Não sei como fazer pra mudarem certas atitudes. Não sei como fazer pra deixarem de serem tristes. Não sei como animar e mostrar que tem muita coisa boa no mundo.

Não sei como separar meus problemas dos problemas dos outros. Se ficam tristes... eu fico mais triste ainda.

E com isso, vem tanta coisa na minha cabeça. Tantos medos, que acaba se tornando um círculo... vicioso.

Por mais que eu queira ajudar, tenho medo de estar piorando as coisas... medo de não conseguir ajudar e sim atrapalhar suas vidas.


Tenho medo de não conseguir ser filha, companheira e amiga.


Tenho medo de não ser o que esperam que eu seja...

Um comentário:

Juliana disse...

Amiga, primeira coisa: que bom que tu te deste conta que os problemas não são teus, pois, infelizmente, não podemos mudar o mundo. Esse é um sonho em que deixei de acreditar. Sozinho a gente não muda o mundo. E isso vale pra política, para a sociedade, para amigos, para a família. PAra mudar um país, é necessário que muitas pessoas se indignem e digam que estão indignadas. Para mudar uma sociedade, é preciso que a gente pare de olhar com indiferença para os problemas de sempre. Para ajudar os outros, é preciso que eles queiram ser ajudados.
E tu és jovem tens a TUA vida pela frente, TEUS sonhos pra fazer acontecer, um mundo inteiro pra explorar. Tu não vais salvar ninguém, infelizmente, se eles não quiserem ser salvos. A gente pode tentar, pode fazer o melhor, mas temos que estar conscientes que nem tudo é possível. E temos que estar prontos para a frustração da falha. A gente pode falhar sim.
Bom, sempre que precisares de uma amiga, sabes que estou aqui. Mesmo à distância estou sempre te desejando o melhor.
Beijos,
Ju